AS EXÓTICAS MOEDAS DA DINASTIA ZHOU
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AS EXÓTICAS MOEDAS DA DINASTIA ZHOU







Figura - 1


Perdem-se na noite dos tempos, os primórdios da invenção da moeda, que um dia alguém chamou de “vil metal”

Para um estudo ainda que breve e despretensioso do alvorecer do capitalismo amoedado, recorremos, pois à numismática.

A numismática é tida como uma ciência auxiliar do estudo histórico dos povos, focando essencialmente suas pesquisas nas moedas universais, sobretudo as arqueológicas. Etimologicamente vem de “nomisma” uma derivação do termo grego “nomos” com a significaçã de lei. Do latim vem o termo “nummus”, numa tradução livre; dinheiro amoedado.
Por conseguinte, Aristóteles já dizia “- Chama-se Nomisma, porque não é um produto da natureza e sim da lei.

No período Neolítico, com a formação das aldeias e o fim do nomadismo, os povos praticavam o escambo, ou seja, a troca de mercadorias sem necessidade de dinheiro. Mas não havia ainda um padrão referencial. Todavia, com o passar dos milênios, certas mercadorias se sobrepuseram sobre outras na preferência pelos escambos. Nasciam ali os primeiros esboços do dinheiro do futuro.

Mas foi somente com o desenvolvimento de certos padrões de pesos e medidas respaldados por autoridades legalmente constituídas, que os metais ganharam a aceitação generalizada dos antigos como forma de pagamento, características estas, bastante semelhantes às funções da moeda moderna. Isto porque a moeda se caracteriza basicamente sobre três atributos: padrão de valor, meio de pagamento e reserva de valor.

Hoje é o padrão monetário que tem seu valor agregado, independente de tamanho, metal ou peso, mas na antiguidade, a moeda metálica valia pelo seu peso específico do metal em que era confeccionada.

O termo moeda tem sua origem em um dos templos de Juno, na Roma antiga, chamado “Moneta” (em latim “monere”), que significa “avisar”.

A oficina monetária romana esteve instalada em certo período no Capitólio, nas proximidades de um desses templos, que assim se chamava por ter “avisado” os romanos sobre um tremor de terra.

Acredita-se ser da segunda metade do século VII a.C. a invenção da moeda metálica propriamente dita, no reino da Lídia e nas cidades gregas da Jônia. Além do peso padronizado traziam simbologia específica que garantia seu valor de acordo com as características da época.

Porém, na China antes do ano 1000 a.C. os Chineses praticavam o escambo de produtos variados, incluindo metais, contudo já era notório o uso de conchas (caurís), como padrão para transações comerciais.



Figura 2





Foi em 1045 a.C. que os Zhou, da China ocidental derrubaram a dinastia Shang, assumindo assim o poder e criando ali sua própria dinastia, que permaneceria até 256 a.C. Eles foram os primeiros a atribuírem a si próprios, um “mandato celestial”, já que criam ser seu líder, filho do céu.

Os Zhou, a exemplo dos Shang, eram constituídos de aristocratas e plebeus, com um diferencial, a classe escrava. Controlavam algumas partes do norte da China e era dividida em estados liderados por um governador local, obediente obviamente à autoridade central.

Em 771 a.C. os Zhou foram invadidos pelos bárbaros e fugiram para o leste iniciando o período Zhou Oriental. Época esta em que a capacidade artística e técnica dos artesãos do bronze atingiriam o seu apogeu. É dessa época também o surgimento de grandes pensadores, como Confúcio e Lao-Tsé, bem como o advento do I Ching.

A partir daí, suas cidades cresceram e os mercadores preferiam cada vez mais os padrões monetários metálicos, que os escambos. Portanto, foi em fins do sec. VII e início do século VI a.C. quando os estados se rivalizavam entre si, que os lideres do estado de Zhou, inventaram pois, as moedas metálicas.

Ainda que totalmente alheias as moedas da Lídia e Jônia no oriente médio, tinham sim, as mesmas características destas, ou seja, constituir unidades de metal de modo padronizado e de aceitação geral.

Não obstante as semelhanças; se diferenciavam sobremaneira no tocante ao formato, pois no caso dos Zhou, imitavam objetos utilitários como Pás e Facas.








Figura 3







Outro grande diferencial, era a forma de fabricação. Enquanto no oriente médio se cunhavam moedas, na China elas eram fundidas em moldes.

A partir do ano 475 a.C. vários outros estados da dinastia Zhou, como o Zhao, Wei e Chu, emitiriam também suas unidades monetárias fundidas em bronze, incluindo aí o formato de caurí.




Figura 4










Essas peças circularam com funções especificamente monetárias.


Somente no século III a.C. é que começariam a fundir moedas em formato de discos, com um furo “quadrado” no meio.




Figura 5








Esse novo padrão seria posteriormente imitado por países como Japão, Vietnam e Coréia.

Com o aumento das rivalidades entre os estados e o conseqüente enfraquecimento do poder central, a dinástica Zhou encontraria seu fim no ano 256 a.C. quando foi dividida em sete grandes estados.

Qin Shi Huang Di, do reino de Qin, no ano de 221 a.C. unificaria a china e se tornaria seu primeiro imperador. Ele se notabilizaria por iniciar a construção das muralhas da China, e pelos recentemente descobertos 8.000 soldados de terracota em tamanho natural.

Não obstante o seu esfacelamento a dinastia Zhou, foi a mais longa da história Chinesa. É célebre não só pela invenção da moeda, mas também pelo início da era do Ferro naquela região.





Ref. Bibliográfica

PUC RIO
A Moeda Metálica em Perspectiva Histórica
Luiz Aranha Corrêa do Lago.
Dep. de Economia PUC-RIO/ www.econ.puc-rio.br
CCCM - Centro Científico e Cultural de Macau.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/http://www.cccm.mctes.pt
Discovey Channel
http://www.discoverybrasil.com/china_antiga/dinastias_chinesas/dinastia_zhou
Catálogo Mitchiner
Moeda Ponte – figura 1 – ACW 5493
Moeda Cauri – Figura 2 – ACW 5373
Moeda Faca – Figura 3 - ACW 5360
Moeda Cauri Bronze – Figura 4 – ACW 5374
Moeda Furada – Figura 5 – ACW 5382